Uma nova técnica para regeneração de pele em pacientes com queimaduras está sendo desenvolvida no Ceará. Em entrevista ao programa Sábado Show deste sábado (23), com o jornalista Evandro Nogueira, o médico Edmar Maciel – especialista em cirurgias plásticas e integrante do Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ) – explicou sobre o novo processo de cicatrização de pele humana a partir do uso da pele de tilápia.
De acordo com o médico, o uso de peles de animais na regeneração de pele humana existe em países da Europa e nos Estados Unidos, onde se costuma utilizar pele de porco e de cachorros. No Brasil, não existe essa possibilidade por falta de estudos na área e pelo alto custo de importar os produtos necessários para o país. “O Brasil está 45 anos atrasado no tratamento local de queimaduras na rede pública”, apontou o especialista, que fez questão de salientar que já não se faz mais o uso de cremes e pomadas em nações mais desenvolvidas.
O uso da pele do peixe começou a ser pesquisado há cinco anos por um cirurgião plástico que mora em Pernambuco e trouxe a ideia para o Estado. Com o apoio da Universidade Federal do Ceará (UFC), Edmar explicou que a equipe que desenvolve o estudo visitaram pisciculturas no Castanhão, a fim de analisar como a tilápia é criada e o que é necessário para o uso da pele.
Ainda segundo o cirurgião, existe o risco de transmissão de doenças terrestres, como a Encefalopatia Espongiforme Bovina – conhecida como o “mal da vaca louca” – quando se usa animais como porcos e cachorros no tratamento de queimaduras. A vantagem apresentada pela Tilápia é por ser um animal aquático e não ter contato com esse tipo de doença. Dr. Edmar também explicou que a pele humana e do peixe são semelhantes em aspectos importantes, como a resistência, a umidade e quantidade de colágeno existente.
Fonte: Rádio verdes Mares